para quem eu guardo minhas fotos?
o mostrar adiante, não, não, depois.
mordendo os lábios, aí sim, segura as palavras,
mas quase morre de tanta dor.
com medo de quê eu fico sozinho no escuro?
a que horas o amanhã vem? não sei.
amanhã, depois.
refreando o alegre passo do arlequim que mira-me no espelho,
prestando satisfação para quem?
estará esse quem lá, diante de mim na morte,
me cobrando tudo que já não tem mais
o mesmo significado de antes?
para que dia será aquela roupa nova,
o cheiro da flor,
a visita adiada,
o choro contido,
para que dia será?
o sorriso guardado, de tanto,
ficará desbotado.
e o gosto da vida,
será puro dessabor.
e se morre aquele, que de antes já era tão velho,
morrerei eu, de tanto esconder o meu amor.
em 5 de dezembro de 2011.
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