Fiquei guardando essas fotos por rolos e rolos de tempo, porque na época não sabia onde postar. Só queria isso, me divertir um pouco e compartilhar a descoberta dizendo que, de certo modo, as embalagens do Rei do Mate são amigas da natureza. Por muito tempo fiquei hiper encantada com esse lance das embalagens serem biodegradáveis.
Acontece que, por esses dias, ao lanchar com minha irmã no Rei do Mate, deparei com algo nhamisfactológicamente chato. Os guardanapos estavam todos enfiados em um copão da marca, sem qualquer separação, de modo que, para tirar um único guardanapo do copão, teríamos que meter a mão lá e, não-intencionalmente, alisar outro guardanapo que certamente ficaria ali para a próxima moça rapaz ou senhora utilizar, e estes alisariam mais alguns guardanapos e assim por diante, em um terrível ciclo de alisamento de guardanapos de papel.
Por ser uma cliente que realmente se amarra na marca, fui até o gerente e disse "puxa, meu amigo eu adoro o Rei do Mate, mas não sei se essa é melhor forma de oferecer os guardanapos aos clientes". A informação que recebi foi de que essa era uma imposição "da central", em todos os Rei's' do Mate.
------Shocked Face-----
Ali, naquele momento, o encanto meio que foi quebrado. Postar as fotos, simplesmente perdeu o sentido. À época em que foram feitas, havia total coerência em publicá-las.
Não é que hoje as embalagens não sejam biodegradáveis, não é isso. Elas continuam sendo o que são.
Mas as fotos, e todo o seu objetivo e o teatro emocional por trás delas, perderam completamente o seu sentido.
Então me pergunto: Quantas coisas na vida passam, não provamos e lá mais a frente quando relembramos delas, percebemos que já não tem o menor sabor? Será que foi bom então não tê-las provado, já que um dia perderiam seu gosto? Ou se deixarmos para depois, como uma pessoa que decide experimentar um all star somente quando entra na crise dos 50 anos, quando na verdade, teve a oportunidade de sentí-lo nos pés na juventude, o que teremos vivido?
Na verdade, poderia ser pura incoerência sair experimentando tudo utilizando esta simples auto argumentação a favor de coisas estampadamente não positivas. Por outro lado, quantas vezes já deixamos de provar o gostinho de algo que faria nossa experiência de vida ficar ainda mais saborosa, por puro medo, auto boicote ou reprovação congênita?
Há, é claro, diante de tudo, aquela dúvida de que tal experiência poderá não durar por toda vida, o que já deixa antecipadamente uma impressão não muito saborosa em nossa mente, habitualmente acostumada a tentar - sem muito sucesso - antecipar o saibo daquilo que ainda nem experimentou. O medo de ter que despegar no futuro simplesmente trava-nos diante das situações mais diversas. A impermanência de tudo nos apavora.
Mas saber sobre a impermanência das coisas nos dá uma certa vantagem. Podemos experienciar coisas sem nos agarrar, sem nos prender. Então, diante de algo positivo ou alegre, que não gere prejuízos a ninguém, poderemos desfrutar variados sabores. Poderemos vivenciar os breves e inevitavelmente passageiros momentos gerados por essa rara oportunidade que é a vida.
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